domingo, 27 de abril de 2008

NOITES

Deito-me bem fundo na noite
Flutuando em acolhedores silêncios
Desadormeço, sismando
Viagens em velhos mares interiores.
Em montanhas, planuras, ravinas
Buscando
Um momento perfeito do tempo
Existindo em qualquer lugar
Que ainda não vislumbrei.
Visitam-me assombrações
E maravilhas
Revejo-me em desassossego
Em lugares por onde nunca andei.
Há tantos amigos que deixei atrás
E outros tantos que ainda não encontrei.
Com eles fui feliz muitas vezes
Em infâncias deste meu futuro.
Roubo tempo à noite
Buscando as diferenças que não fiz
Ansiando entender o que me trouxe aqui
Tão longe de rumos anunciados.
Busco incessantemente
O momento perfeito do tempo.
E rompo a noite até ser dia
Com memórias de olheiras fundas
Sabendo que haverá outras noites
E que o meu momento perfeito do tempo
Há-de aparecer.

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