domingo, 13 de janeiro de 2008

DEFINITIVAMENTE

 Não,
Não me sinto
Meio-meio.
Não.
Não quero morar
Nessa encruzilhada.
E não posso chamar
Casa a esse lugar.
De alma velada
Olho para dentro de mim
Percorro o meu labirinto
E vejo,
Anharas, matas, savanas
e, um rio sem fim.
Explosões de cor
Ritmos, batuques,
Lindas mulheres africanas.
E vejo
Amigos, paixões, amor,
Saudade, Cubal,
Acácias rubras, morros.
E vejo,
Relâmpagos riscando o céu.
Chuva imensa, a jorros.
Cubal, Cubal, Cubal, meu
Não,
Não me sinto.
Sinto dentro uma dor
Funda, persistente,
Um lobo feroz, guerreiro,
De mim, caçador.
Inutilmente.
Lamento mas não,
Não me sinto
Meio-meio.
Sinto-me africano.
Inteiro.

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