domingo, 13 de janeiro de 2008

PLANETA AZUL

Palavras gravadas no coração da pedra
Pulsam no tempo primitivo dos druídas
Runas tão antigas, mágicas, poderosas
Rasgões na pele envelhecida da terra
Ameaçando vidas, todos os dias perdidas
No horizonte, mortes espreitam silenciosas.

São runas de salvação e de vida, dizem
Deveríamos saber interpretar os sinais
Vísiveis no corpo magoado do planeta
Uma árvore caída, um odor na aragem
Uma espécie desaparecida, talvez mais
Nos rios e lagos, a água escorre violeta

Feridas em carne viva no coração do mundo
Chagas purulentas, dolorosas, ameaçadoras
Fumos densos, desalinhando o pêndulo sideral
A caminhada longa para o abismo profundo
Visões permanentemente loucas e redutoras
Homens e animais consumindo-se neste mal.

Ninguém surge para decifrar as antigas runas
O planeta esgotando-se em ruínas fumegantes
A morte espalhando o seu manto tão sombrio
O mar enraivecido galgando as grandes dunas
Ventos em turbilhões ciclónicos, arrepiantes
E finalmente um planeta mudo, vazio, frio.

Gavião

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