quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

TUDO MUDA

( Sobre um poema de Mercedes de Sosa )

Tudo muda
Há cegos que conseguem ver
Há quem fique cego, com boa visão
Há pessoas presas nas ruas
Vive gente livre na prisão
Tudo muda
A brisa da tarde pode ser furacão
O lobo pode tornar-se cordeiro
Até o dia se muda para a noite
O homem de paz vira guerreiro
Tudo muda
O menino torna-se homem
A lua nem sempre é igual
Há espingardas com flores
O tiro nem sempre é fatal.
Tudo muda
Os amigos nem sempre o são
A vida desfaz-se na morte
Podemos estar sós no meio da multidão
No meio do azar há por vezes sorte
Tudo muda
Só não há-de mudar nunca
O amor à minha pátria doce e quente
Hei-de permanecer imutávelmente fiel
À minha terra e à minha gente.



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