sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

EU

Eu,
Em todos os caminhos por onde andei
Em todos os lugares que vi ou sonhei
Na busca dos meus pedaços dispersos
Apenas encontrei fragmentos de versos
Dos poemas lindos da minha infãncia
Desfeitos nas saudades e na distância.
Eu,
Olho e vejo-me agora tão incompleto
Tão incapaz de sentir qualquer afecto
Por uma terra que nunca será a minha
Por uma lua que me parece tão sozinha
Por um poema que não me diz nada
Sou um vagabundo no meio da estrada
Eu,
Caminho solitário, na berma do mundo
Buscando e rebuscando bem no fundo
As forças que necessito para continuar
Energia vital suficiente para equilibrar
O meu pendulo sideral tão desalinhado
A minha vida que teima passar ao lado
Eu,
Alinhavo penosamente o ritmo dos dias
Somo uma a uma, muitas horas vadias
Numa matemática alucinante e sem fim
Conto cada dia que não conta para mim
Espero paciente os sopros do vento sul
Trazendo cheiros do meu mar tão azul
Eu,
Aguardo pacientemente um tempo novo.

GED

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