domingo, 13 de janeiro de 2008

PALAVRAS SOLTAS

De vez em quando
Nascem
palavras soltas, transparentes
Inventam asas nas altas nuvens
Desabando depois em fragor liquido
Na terra poeirenta e vermelha
Ou, pousam mansamente
No risco vermelho do horizonte.
Pulsando sempre no ritmo africano
Que comanda o meu andar
Consigo ver de novo
A dança dos girassóis
Brincando com a luz
Rios gordos marcando rumos
Mulheres feiticeiras ensaiando o passo
Incendiando almas
Dragões esvoaçam nas fogueiras
Queimando histórias
De vez em quando

Nascem palavras soltas
Teimosamente rumam a sul

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